Ligia Schincariol


Origem emocional das doenças – Parte 2 - Bruno Rodrigues


“Tudo o que acontece no corpo de um ser vivo é a expressão do padrão correspondente de informação, ou seja, é a condensação da imagem correspondente.” – Thorwald Dethlefsen



O corpo fala! Essa é uma das verdades mais incontestáveis com a qual lidamos todos os dias.



O psiquiatra e psicanalista J.D. Nasio, famoso em todo o mundo pelos seus livros e análises, costuma afirmar que ele aprende e descobre mais sobre seus pacientes pelo corpo do que pelo o que dizem. Através da palavra se pode mentir, enganar, mas o corpo não mente, o corpo fala, seja através de seu formato, de suas dores, doenças, postura e aparência. Nosso corpo reproduz o tempo todo nosso estado emocional a longo e curto prazo e isso não se pode enganar.



Com o passar do tempo tenho desenvolvido essa habilidade (com estudos, cursos e a prática clínica diária), de perceber estas sutis ligações. Lembro dois casos de consultório que ficaram marcados. Em um deles, um paciente (homem) na primeira sessão falou da sua vida, dos seus conflitos e do seu problema e em nenhum momento tocou no assunto corpo, saúde física, mas conforme ele foi relatando sua vida eu me lembrei da teoria, onde normalmente pessoas com o tipo de personalidade dele desenvolvem a impotência sexual e ao final da sessão perguntei se por acaso ele tinha esse problema, rapaz jovem, abaixou a cabeça e disse que sim e me perguntou como eu sabia, até um pouco assustado, como alguém que pensasse, como ele descobriu? Foi então que eu lhe expliquei.



Outro caso aconteceu de forma contrária, uma paciente (mulher) também na primeira sessão me relatou coisas comuns da sua vida, o tempo já estava acabando e eu percebi que por algum motivo ela não entrava na questão central que a trazia ali, talvez não estivesse ainda confiante e por isso falou apenas do trabalho, dos filhos, de forma bem superficial e ao final da sessão ela me disse: “ – Ah e para piorar tudo acredita que estou com problema no coração, fiz exames esses dias e apareceu isso!” Essa foi a minha deixa, normalmente problemas no coração estão ligados a raiva reprimida. Nesse momento eu disse que iríamos encerrar a sessão mas que eu queria fazer uma última pergunta e perguntei se ela tinha raiva de alguém guardada, seja de que época da vida fosse e foi ai que ela começou a chorar sem parar e com os olhos cheios de lágrimas dizia com a cabeça que sim e que era por isso que estava ali, pois sentia que aquela raiva a estava consumindo.



Na raiva acontece algo peculiar no campo biológico. Quando alguém fica nervoso (imagine alguém irado, muito nervoso) as veias se dilatam, o coração bombeia mais sangue, a pessoa fica “vermelha” (bufando), nesse momento que as veias se dilatam elas se abrem, imagine uma bexiga plástica, quando você estica uma bexiga aparecem pequenos orifícios, pequenos buracos no plástico e quando você solta voltam ao normal. Com as veias acontece a mesma coisa, elas se dilatam, abrem pequenos buraquinhos e é ai que placas de gordura entram nesses buraquinhos, quando a pessoa se acalma a veia voltam ao normal, se fecham mas aquela gordura fica ali. Agora imagine alguém que fica irritado todos os dias, essa gordura vai se acumulando e o resultado nós conhecemos. Se a pessoa se alimentar bem já terá problemas, agora imagine se aliar a isto uma ingestão exagerada de gordura.



No caso acima algumas pessoas começam a se medicar, outras precisam fazer cirurgia, e o ideal seria se acompanhado a tudo isso ela trabalhasse essa questão da raiva, buscasse um tratamento para superar essa raiva guardada, assim a raiz deste problema seria resolvida e não apenas remediada.



Vale aprofundar um pouco do que mencionei no primeiro artigo. Existem vários fatores que desencadeiam uma doença. Existe o fator ambiental, uma pessoa que vive em um local sem saneamento básico, próximo a esgotos fica mais exposta, ou um ambiente que sofra de radioatividade, temperatura da região, poluição, entre outros. Existem os fatores hereditários, histórico familiar de doenças, a questão genética. O fator social, cultura de um povo, religião que a pessoa segue ou não segue, qualidade de vida, entre outros.



Embora existam todos esses fatores é o emocional que irá ou não desencadeá-lo. Famosos exemplos são pessoas infectadas com vírus e que não o desenvolvem. No começo da década de 90, em meio ao surto de HIV Madre Tereza de Calcutá fundou várias instituições ao redor do mundo para cuidar de pessoas infectadas com o vírus. Em uma das instituições nos EUA onde suas freiras trabalhavam com desvelado amor, alguns pacientes revoltados com a vida e com a doença injetaram seringas contaminadas nessas freiras, existiram vários casos deste tipo, as freiras foram infectadas, mas NENHUMA desenvolveu a AIDS embora infectadas, e qual a resposta para isso, não existia nelas o componente emocional da doença, em outras palavras elas não precisavam desenvolver aquele vírus.



Assim como cada um de nós fica o tempo todo exposto a diversos vírus, alguns desenvolvem, outros não.



Outro fato interessante é a ligação simbólica de cada doença com seu correspondente emocional. Analisando a doença faz todo o sentido o correspondente emocional. Sendo assim vale a pena pensar nas doenças que você tem ou que já teve e tentar descobrir a ligação, se perguntar: “O que essa doença está querendo me ensinar?” “O que ela está querendo me dizer”.



Alguns exemplos a seguir. Normalmente pessoas que tem dificuldades de ter contato, de abraçar ou ser abraçado, de tocar outras pessoas acabam desenvolvendo alergia nas mãos, alguns casos mais extremos aparecem manchas, feridas, marcas, algumas pessoas chegam a usar luvas. Podem notar o exemplo, a pele é o órgão do contato e pessoas com dificuldade de contato não vai desenvolver um problema no pé, na perna, na orelha, mas sim na pele. Seria ideal que alguém com esse problema, caso queira superá-lo busque se entender melhor, de onde vem essa dificuldade de contato e como superar. E quando essa pessoa conseguir abraçar outras, quando superar sua dificuldade de contato, a enfermidade desaparecerá naturalmente.



O câncer está ligado a mágoas do passado, mágoas guardadas, não digeridas, não trabalhadas e que aparecem nesta somatização. Mas dizer isso é genérico demais. Cada tipo de câncer tem um correspondente específico. No próximo artigo irei falar mais detalhadamente sobre o câncer, por enquanto quero apenas dar o exemplo do câncer em áreas sexuais (incluindo câncer de mama). Normalmente problemas que temos nos órgãos sexuais estão ligados a criatividade. Observe a simbologia do nosso corpo, os órgão sexuais são os responsáveis por CRIAR, por DAR a vida, por GERAR vidas. Conheço o caso de algumas mulheres que em determinado momento de suas vidas cortaram sua criatividade. Tiveram filhos sim, mas devido ao casamento, casa, família, deixaram seus sonhos de lado, suas vontades, pararam de sonhar (criar para si mesmas perspectivas) e começaram a viver apenas para os outros. Algumas desenvolveram problemas nos órgãos sexuais. O ideal seria que essas mulheres buscassem se reconectar com seus sonhos, com suas vontades, mesmo que já se tenha passado vários anos. Buscar reativar sua criatividade, o que a mulher tem de tão sublime. O abandono dessa criatividade, dessa vontade de criar, de ter perspectivas reflete no corpo.



Problemas nos olhos, o que será que a pessoa não quer ver? Problemas nas costas, será que a pessoa está carregando peso excessivo? (cuidando do problema dos outros, querendo resolver tudo, carregando a dor do outro). Dores no joelho normalmente estão ligadas ao orgulho, seria uma forma do corpo mostrar que a pessoa precisa dobrar os joelhos, aprender a ser mais humilde.



Um último exemplo neste artigo, a respiração. A respiração é composta por INSPIRAÇÃO e EXPIRAÇÃO. Observe por um instante o fenômeno da respiração, inspiramos oxigênio contido no ar e quando expiramos expelimos dióxido de carbono. A simbologia da respiração está ligada ao DAR e RECEBER. A respiração, portanto, tem a ver com relacionamento, com troca, com dar e receber. De acordo com o padrão da pessoa sua respiração pode ter mais ou menos qualidade.



O ansioso é aquele que vive o futuro, está com a respiração sempre ofegante, coração acelerado, porque a respiração ofegante? Por que ele está com pressa, quer dar e receber o mais rápido possível para chegar logo onde nem ele sabe onde.



Algumas pessoas tem dificuldade de absorver o ar, outras possuem dificuldade de soltar o ar. Quanto melhor a pessoa passa a se relacionar com outras pessoas, quanto melhor ela trabalha suas emoções, ela permite essa troca de sentimentos, dar e receber amor, dar e receber carinho, melhor fica sua respiração. Algumas pessoas querem (e acham que merecem) receber demais (carinho, atenção, aprovação), outras não querem receber (por terem medo de contato sentimental) e se fecham para essa troca interna o que vai refletir na respiração. Alguns com dificuldade de respirar, outros tentando receber em demasia e respirando mais do que precisam, absorvendo mais ar e liberando menos, ficando sufocado com o próprio ar (internamente se sufoca com os próprios sentimentos). Dar e receber é a harmonia da vida.



O corpo humano é perfeito, sua tendência natural é a harmonia. Um desequilíbrio da consciência reflete no corpo, para equilibrá-lo. As doenças são formas de avisos, símbolos mostrando que algo está em desarmonia, algo que não adianta ser tratado apenas por fora. Seria como uma casa com vazamento, e o vazamento reflete nas paredes que ficam mofadas. Pode pintar a parede todo dia para tratar o mofo, mas isso não irá resolver. Algumas pessoas até acham que resolve. O mofo seria a doença. Pintar a parede seria cuidar apenas do exterior. A causa seria o vazamento, e o ideal seria olhar este cano, ver o que acontece, resolver, equilibrar ai sim o mofo desapareceria de uma vez.



Espero com este texto ter deixado cada leitor com mais dúvidas do que com certezas. Se perguntar, se questionar é um ótimo caminho. Na minha opinião deveríamos aprender isso tudo desde crianças. Se você não concorda com algo que eu escrevi, fique a vontade você tem esse direito, mas cuidado, porque negar é mais fácil que encarar. Olhar para dentro é ousar mudar e é preciso coragem!













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